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Sobre nós

A Cia. do Tijolo foi formada por membros que faziam parte de dois tradicionais grupos de teatro de São Paulo: o Teatro Ventoforte e a Cia. São Jorge de Variedades. O projeto nasceu do desejo de Dinho – hoje ator e diretor da companhia – de realizar um monólogo sobre o poeta cearense Patativa do Assaré. O grupo começou a estudá-lo e assim surgiu o primeiro trabalho da companhia, o show musical Cante Lá Que Eu Canto Cá. Após a apresentação, no entanto, o grupo percebeu que precisava de mais trabalhos para dar conta da riqueza de temas que envolviam o artista. Fizemos então o segundo espetáculo: Concerto de Espinha e Fulô. Dessa união de pessoas começamos a ler Paulo Freire também e assim surgiu a trupe.

“Tivemos algumas experiências muito bonitas no Teatro da USP. Em 2014 fizemos uma ocupação lá, em que apresentamos de quarta a segunda dois espetáculos durante um mês e meio, e foi uma coisa muito boa”, conta Mercadante, após ser questionado sobre o motivo de o grupo ter escolhido o Tusp para as comemorações. Ainda de acordo com ele, o significado histórico do local, como espaço de resistência à ditadura militar (1964-1985), também teve peso importante, porque esse é um assunto recorrente nas peças da companhia. “O Centro Universitário Maria Antonia tem uma história relacionada a isso, como a famosa ‘Batalha da Maria Antonia'”, relata, referindo-se ao conflito entre estudantes da USP e da Universidade Mackenzie – localizada em frente ao prédio da USP – ocorrido em 1968. Outro fator é que muitas mentes que hoje servem de referência para a montagem dos espetáculos – como o crítico literário Antonio Candido, a filósofa Marilena Chauí e o geógrafo Milton Santos – estudaram na Faculdade de Filosofia, então instalada na Maria Antonia. “Ali foi um cerne de pensamento muito intenso e a escolha passa por isso. É um lugar que vibra essa memória, que está na história da resistência à ditadura”, complementa.

Tradicional na cidade de São Paulo, a Cia. do Tijolo tem como uma de suas características a relação com seu tempo histórico, como explica Mercadante. “Quando falamos de pessoas como Paulo Freire e Dom Hélder Câmara, estamos tentando trazer essas pessoas para dialogar com o nosso tempo presente.” Refazer trabalhos de anos atrás, segundo ele, traz novas leituras sobre esses textos. “Eu me sinto fazendo parte do meu tempo, tentando entender e agir sobre o meu mundo.”

Trajetória

Trajetória

A Cia do Tijolo nasceu do desejo de fazer um espetáculo a partir da obra de Patativa do Assaré. Assim foi criado o espetáculo “Concerto de Ispinho e Fulô”. Outro poeta, Federico Garcia Lorca, inspirou seu segundo espetáculo “Cantata para um Bastidor de Utopias” e o educador Paulo Freire inspirou a terceira criação do grupo: “Ledores no Breu”. O último espetáculo “O Avesso do Claustro”, convida o público para um encontro com uma das figuras mais importantes da história brasileira do século XX, Dom Helder Câmara, o bispo vermelho.

 

Fundado em 2008, a trajetória da Cia do Tijolo começou homenageando o poeta Patativa do Assaré, nos espetáculos Cante Lá que eu Canto Cá e Concerto de Ispinho e Fulô, obra que recebeu o prêmio shell de melhor música em 2010.

Passou por Federico Garcia Lorca, em Cantata para um Bastidor de Utopias, peça que conta a história de Mariana Piñeda, jovem que morreu ao desafiar o autoritarismo monárquico espanhol. A trama tratou de temas como  a Guerra Civil Espanhola e o Golpe Militar no Brasil. Foi agraciado com o Prêmio Shell nas categorias melhor cenário e melhor música em 2014

Em O Avesso do Claustro o homenageado foi Dom Helder Câmara, indicado quatro vezes ao Nobel da Paz e grande defensor dos direitos humanos, declarado postumamente como Patrono Brasileiro dos Direitos Humanos. Na trama o grupo destaca o papel decisivo de Câmara na construção do pensamento de esquerda na América Latina, o incentivo às comunidades eclesiais de base e nas políticas de empoderamento.

Em processo

Em processo

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Processo é se entender com Paulo Freire.

“O homem que se desperta, não importa a idade, e refaz o

caminho da descoberta dos  códigos, esse homem dança para si e para Deus.  

Foi aqui, nessa sala, que Joaquim se levantou um dia durante

o processo de alfabetização, foi  ao quadro, ao quadro negro,

apanhou o giz e escreveu a palavra NINA.

Quando acabou de  escrever, ele deu uma gargalhada nervosa

que quase não terminava. E eu disse: Joaquim, que  passa, que há contigo?

Ele riu, olhou pra mim e disse: Puxa, Nina é o nome de minha mulher!  

Eu ainda me sinto profundamente emocionado pela significação simbólica.

Eu percebia nos  olhos deles, nas caras deles, uma espécie de alívio centenário.

É como se tivessem sacudindo  pra fora uma pedra de cima dos ombros,

que há séculos repousava neles.

Percebi na briga, o  gosto da luta, para superar o obstáculo.”  

Paulo Freire 

 

 

Paulo Freire faz 100 anos, em 2021. O projeto A Cabeça Pensa onde os Pés Pisam  - celebrando Paulo Freire no seu centenário, é uma maneira de, a partir de um  conjunto de ações articuladas, celebrá-lo, homenageá-lo, fazer justiça a ele, às  professoras e aos professores brasileiros. Nosso patrono da educação é um dos  pensadores brasileiros mais importantes, o mais reconhecido internacionalmente,  um dos intelectuais mais citados em artigos acadêmicos, teses e dissertações  mundo afora. Isso já seria motivo de sobra para cantarmos em verso e prosa  a existência desse pernambucano eminente. Mas, no nosso caso, não se trata  somente de buscar inspirações temáticas para projetos nas efemérides. Nossa  relação com o autor da Pedagogia do Oprimido é antiga e é estruturante de  nossa maneira de ver, pensar e agir, ética, estética e politicamente.  

Em 2008, quando nos pusemos a estudar a vida e obra do poeta Patativa  do Assaré no intuito de criarmos nosso primeiro trabalho, nos deparamos  com uma dificuldade dramatúrgica: Por onde abordar uma obra tão vasta?  Que caminho seguir? Não desejávamos realizar um espetáculo biográfico  e também não nos agradava a ideia de realizar um sarau ou algum mero  alinhamento de canções e poemas. Sabíamos que se bem trabalhado e  aprofundado, Patativa poderia nos dar uma visão singular do Brasil. Foi na  busca de um veio que apontasse caminhos dramatúrgicos possíveis que  iniciamos o estudo da obra de Paulo Freire. O poeta cearense, autor de uma  obra gigantesca, havia estudado somente 6 meses em escola regular. Depois,  de leitura em leitura, desenvolveu a capacidade de ler as palavras, as frases. O  processo de alfabetização de nosso personagem mostrou-se inseparável de  sua formação ética e política. 

 

Patativa cantou em versos seu processo de aprendizagem:  

”Eu nasci ouvindo os cantos 

das aves de minha serra 

e vendo os belos encantos 

que a mata bonita encerra 

foi ali que eu fui crescendo 

fui vendo e fui aprendendo 

no livro da natureza 

onde Deus é mais visível 

o coração mais sensível 

e a vida tem mais pureza. 

Sem poder fazer escolhas 

de livro artificial 

estudei nas lindas folhas 

do meu livro natural 

e, assim, longe da cidade 

lendo nessa faculdade 

que tem todos os sinais 

com esses estudos meus 

aprendi amar a Deus 

na vida dos animais.”  

Patativa do Assaré. 

Impossível não encontrar ressonância na célebre máxima de Paulo Freire: “É preciso aprender a  ler o mundo, antes de ler as palavras.” Patativa leu o mundo, depois leu as palavras, politizou- se,  inventou em si mesmo, autodidata que foi, o projeto pedagógico freiriano. 

O nome com o qual nos batizamos, em meados de 2008, surgiu de nossas primeiras leituras  da Pedagogia do Oprimido, No processo de alfabetização dos trabalhadores de Angicos,  no Rio Grande do Norte, em 1963, o professor descobriu que deveria, antes de mais nada,  buscar nas experiências concretas de produção e reprodução da vida e no vocabulário  daqueles homens e mulheres, palavras que fossem prenhes de sentido e a partir das quais  fosse possível iniciar o processo de fazê-los desbravar o mundo das palavras lidas e escritas,  sem nunca desprezar seus saberes próprios acumulados. A palavra altamente significativa  daquele determinado grupo, a palavra geradora daqueles trabalhadores foi ti-jo-lo. Revelou se assim, nosso nome, freirianamente, Cia do Tijolo. Dessa forma, fica evidente nossa relação  umbilical com o homenageado. Alguns anos depois, iríamos criar o espetáculo Ledores  no Breu, baseado na práxis do pensador pernambucano. Com Ledores no Breu, a Cia. do  Tijolo circulou pelo país, apresentou - se em escolas, EJAs, associações de moradores, teatros,  praças, em mais de sessenta cidades. 

O projeto A Cabeça pensa onde os Pés Pisam - celebrando Paulo Freire no seu  centenário, pretende celebrar com um conjunto de ações, esse professor tão importante  para nós, da Cia do Tijolo, para nós, cidadãos brasileiros. Além do mais, o desejo de  comemorar acaba se tornando um imperativo, uma forma de fazer frente aos detratores  de sua vida e de sua obra que, paradoxalmente, desconhecem-na completamente.

É preciso festejar Paulo Freire. Mas como fazê-lo freirianamente? Como, mais que falar sobre  o homem e sobre a obra, encontrar a melhor forma de atuá-la, vivê-la, fazer dela uma práxis? 

O que seria celebrar Paulo Freire freirianamente? Como homenagear, mais do que o  homem, tantos educadores e educadoras que saíram pelos interiores do país alfabetizando,  aprendendo, ensinando, construindo o freiriano para além de Paulo Freire? 

Chegamos assim à escritora Maria Valéria Rezende. Escritora temporã, ganhadora de três  prêmios Jabutis, feminista, criadora do Mulherio das Letras - grupo que reúne mulheres escritoras  de todo o Brasil – educadora popular por mais de quarenta anos, freira e nossa amiga. 

O livro O Voo da guará vermelha, que serve de inspiração para o próximo espetáculo  da Cia. do Tijolo, encabeça toda uma série de ações em homenagem às professoras e  professores brasileiros, a toda sua dedicação, resiliência, a toda sua importância para  a construção de homens e mulheres autônomos, capazes de própria elaboração de  conduta e pensamento crítico. 

A partir dos olhos e ouvidos de tantos professores e professoras, o projeto A Cabeça  Pensa onde os Pés Pisam - celebrando Paulo Freire no seu centenário, representa uma  forma de relermos nossa trajetória, olharmo-nos nos olhos e refletirmos, juntos e juntas,  no palco, na rua, na praça, junto com as muitas plateias, sobre as condições atuais de  existência em São Paulo, no Brasil e no mundo.

SOBRE A IMPORTÂNCIA DE CELEBRAR PAULO FREIRE FREIRIANAMENTE 

 

Tese VI: “Articular historicamente o passado não significa conhecê-lo ‘como ele de fato foi’. (…) O  dom de despertar no passado as centelhas da esperança é privilégio exclusivo do historiador  convencido de que também os mortos não estarão em segurança se o inimigo vencer. E esse  inimigo não tem cessado de vencer.” Walter Benjamin - Teses sobre a história. 

A professora Marilena Chauí, respondendo à pergunta sobre a diferença entre  Paulo Freire e a maioria dos intelectuais brasileiros, enfatiza o fato de que o  grande pensador pernambucano transforma um conjunto de ideias em uma  práxis (unidade dialética do pensar e do ser, ao mesmo tempo saber e prática,  conhecimento e ação). A escola pensada e posta em prática por Paulo Freire é um  espaço de transformação real e cotidiana de alunos e professores. O processo de  aprendizagem é sempre conjunto. Alunos, professores, familiares, funcionários,  todos aprendem cotidianamente. O aprendizado se realiza conjuntamente no  espaço da troca. Surge aí, para nós, uma encruzilhada: no atual momento do  Brasil, julgamos ser imensamente necessário homenagear, celebrar, estudar  Paulo Freire. Seu nome tem sido sistematicamente achincalhado há alguns anos.  Muitos daqueles que escutam esses ataques não conhecem o autor, nunca leram  sua obra e tornam- se presas fáceis das mentiras, das falácias forjadas no seio de  nossa sociedade autoritária. 

No entanto, nada mais estranho às suas concepções, nada menos Freiriano do  que elevá-lo à categoria de herói, salvador, portador de um método completo  produzido exclusivamente por sua mente genial. Acreditamos que estaríamos  

traindo profundamente o homenageado ao homenageá-lo dessa maneira,  como quem erige uma estátua de pedra. O método Paulo Freire, se é que  podemos chamá-lo método (preferimos falar em práxis, ou em ética freiriana),  foi construído por tantos e tantas que saíram pelos rincões do Brasil, vivendo a  aventura de ensinar aprendendo. 

Foi na tentativa de superar esse impasse, que surgiu o desejo de homenageá-lo  através da obra de uma educadora popular, escritora, vencedora por três vezes  do mais importante prêmio da literatura brasileira, o Jabuti, que trabalha o tema  da educação em seus contos, poemas e romances. Maria Valéria Rezende, essa  desconhecida do grande público. Outrora freira e missionária. Maria Valéria descreve  em seus textos toda “buniteza” dolorosa e vital implicada nos processos educativos.  

Através de Maria Valéria queremos abraçar as professoras e professores desse Brasil. 

QUEM É MARIA VALÉRIA REZENDE E A NECESSIDADE DE CONHECÊ-LA Reportagem do Le monde Diplomatique - por Thais Ilheu: 

“Seria preciso ao menos outros setenta e seis anos ao lado de Maria Valéria Rezende para  ouvir com a merecida minúcia sobre os que ela já viveu. “A base de tudo é perguntar e  ouvir. É assim que eu vivo, não sei ser de outro jeito”. De tanto perguntar e ouvir, Maria  Valéria carrega um mundo inteiro dentro de si — mundo este que começou a ser  revelado apenas há dezoito anos, quando a missionária e educadora popular estreou  na literatura com seu primeiro livro, Vasto Mundo. Na literatura formal. Antes disso, suas  obras batidas à máquina e costuradas à mão já circulavam por aí, entre uma casa ou  outra do sertão. Durante suas longas estadias no interior e “depois de ler quatro vezes  cada livro que tinha”, ela escrevia para se divertir e depois presenteava os amigos. Anos  depois, as cópias de papel carbono amassadas entre livros e dicionários lhe renderam  três prêmios Jabutis, entre eles o de 2015 na categoria Romance e Livro do Ano de Ficção  com Quarenta Dias. 

Esse caminho para a literatura poderia até ter sido mais curto. Nascida em família de artistas  — Maria Valéria é sobrinha-neta de Vicente de Carvalho (jornalista, político e abolicionista) —,  ela admite que não se empolgava diante das opções para as mulheres da época: cuidar da  família, ser escritora ou professora. Escolheu dedicar a vida à educação, mas não exatamente  da forma que se esperava: “eu achava muito mais divertido ser professora da roça, no meio  do mundo, não uma professora tradicional”. Depois de integrar a equipe nacional da  Juventude Estudantil Católica, recusou uma posição no conselho mundial e decidiu entrar  para o noviciado. E depois? “Daí eu ganhei o mundo”. 

Viu nascer (e ajudou a construir) a Teologia da Libertação, morou ao lado do escritor  Gabriel García Márquez, andou pelas ruas de Cuba ao lado de Fidel, transcreveu e ajudou  a publicar as cartas de Frei Betto da prisão, sentiu o frio e silêncio cortante dos anos  de chumbo no Brasil e acompanha agora a volta aos holofotes de uma “aristocracia”  da qual assistiu o auge e a decadência. Tudo isso sob o mantra freiriano que espalhou  pelo mundo. Perguntar e ouvir. Que sorte a nossa que há dezessete anos Maria Valéria  resolveu também contar.” 

Maria Valéria Rezende é mais uma dessas mulheres - assim como Ivone Gebara, ambas  freiras e também amigas - que passaram a fazer parte de nossas fontes inspiradoras  e temos sorte de tê-las vivas e perto de nós. Maria Valéria através de suas andanças  pelo mundo, traduziu em livros, em palavras lavradas com maestria a importância da  educação na formação do indivíduo.  

Nós, da Cia. do Tijolo, acreditamos na importância de investigarmos os escritos de uma  mulher fundante na construção do país, que muitas vezes, como outras mulheres, ainda  são desconhecidas da maioria de nós. E ter uma autora dessa envergadura como nossa  cacimba de pesquisa, uma mulher que além de pedagoga e autora, também criou o  Mulherio das Letras, que é um movimento que dá luz às mulheres escritoras e às editoras  independentes em todo o país, nos enche os pulmões de entusiasmo.

Atuadores

Atuadores

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Dinho Lima Flor

Ator

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Karen Menatti

Atriz

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Rodrigo Mercadante

Ator

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Fabiana Vasconcelos Barbosa

Atriz

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Rogério Tarifa

Diretor

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Thais Pimpão

Atriz

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Dinho Lima Flor

Ator e diretor

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Karen Menatti

Atriz

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Rodrigo Mercadante

Ator e diretor

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Jonathan Silva

Músico e compositor

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Maurício Damasceno

Músico

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Dicinho Areias

Músico

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Marcos Coin

Músico

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Flavio Barollo

Video artista e designer do site

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Suelen Garcez

Produtora

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Lilian de Lima

Atriz

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Alécio Cézar

Fotógrafo e cenotécnico

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Lucas Vedovoto

Produção

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Laiza Menegassi

Iluminadora

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Leandro Wanderley

Técnico de som

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William Guedes

Diretor Musical

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Leandro Goulart

Músico

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Eva Figueiredo

Musicista

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Clara Kok Martins

Musicista

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Cris Raséc

Atriz

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Fábio Viana

Designer e mídias sociais

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