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Cante cá que eu canto cá

Cigarro de palha, cheiro de café passado na hora e servido em canequinha de esmalte, casa de taipa, cochilo na rede depois do almoço, as conversas pausadas, os causos e as trovas improvisadas, canções e ritmos, histórias do Brasil de baixo e do Brasil de cima. Esta é a atmosfera que é propiciada aos espectadores, que terminam fazedo parte do espetáculo como se fossem vizinhos do quintal do poeta. E é neste quintal que se apresenta a estrada de Patativa do Assaré, onde vida e arte estão tão próximas que seria quase impossível distingui-las.
Cante lá que eu canto cá é mais que contar causos com a graça própria dos poemas de Patativa. É também apresentar a sua causa humanista e universal, o seu lirismo incomum, a sua capacidade de expressão no campo musical e, sobretudo, a perspicácia de quem vive as peculiares circunstâncias do seu sertão, interpretando como poucos os sentimentos de sua gente.
O espetáculo fala de Mané Besta, que perdeu seu grande amor porque não conseguiu enxergar seus olhos; das mãos calejadas e das mãos preguiçosas de vergonha alheia; da cabeça que pensa onde os pés pisam; das reflexões do poeta e da arte de versejar; do coração que segue caminhos enviesados; do homem que tem por natureza os caminhos migrantes e por fim dos festejos poéticos dessa pátria chamada sertão, onde a palavra cantada, contada e encantada tornam-se a atmosfera principal de um encontro entre atores e público. Proporcionando aos espectadores "um pouco de saúde, um descanso na loucura", como diria Guimarães Rosa.

FICHA TÉCNICA

Direção e roteiro: Rodrigo Mercadante e Dinho Lima Flor
Atores e cantores: Dinho Lima Flor e Rodrigo Mercadante
Atrizes e cantoras: Karen Menatti e Fabiana Vasconcelos Barbosa
Músicos: Aloísio Oliveira (Acordeon), Marcos Coin (Violão), Maurício Damasceno (Percussão)
Criação de luz e execução: Danilo Mora

Fotos de Alécio Cézar

CANTE LÁ QUE EU CANTO CÁ

CANTE LÁ QUE EU CANTO CÁ

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